As cidades e comunidades ribeirinhas

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Depois de quase três dias a bordo, sobre as águas do Rio Solimões, sem parar, chegamos no primeiro porto (cidade ribeirinha de Fonte Boa), uma breve escala no meio de uma clara madrugada amazônica. Daí foram muitas as paradas e mais demoradas, chegando a 5 horas de espera no precário porto de São Paulo de Olivença, uma pequena cidade do médio Solimões, a qual conserva uma curiosa estória: por localizar-se ao redor de uma enorme cratera, em plena margen do rio, reza a lenda que uma índia sonhou ver, dentro desta cratera, um polvo gigante, prestes a despertar-se. Em questão de tempo a pequena cidade desapareceria.

De fato, metade da cidade desapareceu, decorrente dum processo corrosivo em que a terra cedeu a poucos anos atrás – coitados dos olivencenses, vivem sob eterno assombro.

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Depois de Fonte Boa aportamos em Jutaí, Santo Antonio do Icá, Amaturá e Benjamim Constant, cidade já do alto Solimões, próxima de Atalaya do Norte, municipio que agrega inúmeras tribos indígenas, normalmente às margens do Rio Javari, um dos maiores afluentes do gigante Solimões.

Minha passagem foi comprada para Tabatinga, destino final do barco e cidade fronterícia com a Colômbia, porem, como estava solto na buraqueira e havia conhecido um nativo gente boa da atraente Benjamim Constant no barco, que se colocou a disposição para mostrar-me a região, decidi ficar por alí mesmo e explorar um pouco daquela rica comunidade. Estava no miolo da Floresta Amazônica.

  1. ImagemImagem Chegamos as 22 horas e fui direto me recolher numa pousada simplezinha, de madeira, muito comum por essas bandas. Logo ao amanhecer, Osvaldo, meu chegado nativo, já estava me acordando para desbravarmos juntos, de moto, as estradas daquela região. Que fartura! Verde para tudo quanto é canto, casas isoladas no meio da selva fechada, tribos instaladas nos recantos e índios circulando por todas as partes. Outro mundo, longe de tudo alcançado por meus olhos antes. Foi um dia intenso e rico, aonde conheci muita gente interessante, verdadeiros mestres do mato.

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Acabei conversando com a coordenadora da FUNAI, em Atalaya do Norte, tentando autorização, sem sucesso, para entrar em uma das reservas que abrigam as tribos mais isoladas. Apesar de me apresentar, estratégicamente, como jornalista e blogueiro, a burocracia exigia mais de dez dias para a condução dos trâmites – tempo que eu não tinha. Mas valeu, conheci algumas comunidades indígenas mais civilizadas, e deu para absorver um pouco de suas culturas.

O objetivo é importantes, todavia, o caminho da conquista deve ser enriquecedor, intenso e, sensivelmente, saboreável.

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